Deixe que mudem, deixe que façam o que quiserem. Você não é mais o dono do que acontece por lá. Deixe que transformem, deixe que façam algo bom pra eles. Você não tem permissão para dizer se isso te agrada ou não.

O tempo das suas mudanças naquele local se esgotou, o tempo de outros começou, deixe que façam o seu trabalho em paz.

A vida mudou por tantos anos naquele lugar, pessoas chegaram, pessoas saíram, pessoas viveram, você viveu, eu vivi, mas deixe que outros possam viver e fazer as transformações necessárias. Deixe que também construam um pouco da história. O que foi, foi. Não tem como mudar.

Quando um livro acaba, temos que aprender a viver sem aqueles personagens que faziam parte integral de nossa vida e, assim, sem nem ao menos notarmos, outro começa. Apenas deixe outro começar.

Não é tão fácil, nem um pouco simples, mas todos conseguem, mesmo que para isso você precise esconder a frustração de um fim convencional. Todos conseguem, você também vai.



Sala vazia, olhos cheios. Pessoas estranhas, olhos cheios. Falando demais e os olhos continuam cheios. Cheios do que você quiser interpretar. Talvez de amor ou decepção, felicidade ou simplesmente indiferença. 

Qual o problema de continuarem cheios? Estão cheios de algo que você não consegue interpretar, cheios de algo que você não tem a paciência de conseguir. Cada um tem os olhos que merece.

A gente vê muitas pessoas com seus olhos vazios, rasos e seus rostos cheios de olheiras. Pessoas indiferentes a vida. Tanto faz para elas se alguns passam fome ou se não têm uma casa para morar, tanto faz se tem problemas e precisam de ajuda.

Pessoas indiferentes que não se deixaram cativar pela vida, não se deixaram ver o amor por detrás das pequenas coisas, o amor nos olhos de uma criança que passava fome, mas que agora têm o que comer. Esse tipo de pessoa não liga para quantos rostos felizes pode ver durante a vida, mas apenas pelo o que pode ver quando se põe de frente ao espelho. 

Sala cheia, olhos vazios. Pessoas iguais, olhos vazios. Falando de menos e os olhos continuam vazios. Vazios, simplesmente. Porém, cheios de desamor, impaciência e incredulidade nas outras pessoas. Indiferentes a você, indiferentes a qualquer ser humano. 

Perceba bem, não estou falando de olhos.